… Andar com fé eu vou, que a fé não costuma falhar…
Gilberto Gil.
Entusiasmo e otimismo para começar.
Todo novo projeto, começa com uma ideia. A gente vai colocando a criatividade para funcionar, e vai pensando; se eu fizer assim, ou desta outra maneira, ou daquele jeito, mil ideias e excitação crescente pelo que pode estar surgindo… Depois de um tempo, e uma certa dose de coragem, saímos da parte da ideação. Aí começamos a prototipar, a dar o início desse novo negócio, em pequenas doses. Começa com um teste. Dá para um amigo experimentar, dá de presente para uma prima, testa aqui e testa ali, até que sai as primeiras vendas.
O entusiasmo é grande e por vezes, a gente se joga com tudo (tempo, dinheiro e todos os nossos recursos), o medidor de otimismo está na graduação mais alta. E por quê? Por que eu tenho fé que a partir de agora tudo vai dar certo.
Mas não é bem assim que a banda toca, sinto muito em ter de ser eu a te contar isso!
A realidade e os fatos
Veja bem, quando uma empreendedora inicia um novo negócio, é importante que ela tenha otimismo. Até porque se ela não leva fé na própria ideia, quem vai levar, não é mesmo!?
Ela precisa acreditar na ideia, no novo projeto, no modelo de negócio, sim! Mas acreditar, principalmente, no seu potencial de planejamento e execução e de levar adiante essa ideia. “Eu sou capaz de realizar, tornar isso possível e sei como fazer.”
Entretanto, há essa visão romantizada, baseada na crença de que tudo vai dar certo, esse otimismo sonhador, que segue em alta, construindo a ilusão de que quem resolve abrir o próprio negócio é mais resiliente do que as outras pessoas. Muitas empreendedoras são muito boas no seu trabalho, colocam toda a sua fé e paixão neste projeto, que é o seu negócio. No entanto, isso pode se tornar um grande problema se a empreendedora não estiver disposta a enfrentar a realidade dos dados do negócio.
O excesso de otimismo nos negócios sem uma dose de realismo pode te levar a resultados não esperados e causar prejuízos e decepções, elevando o estresse e prejudicando a saúde física e emocional da empreendedora.
Se os dados mostram que o negócio não está performando bem, a empreendedora precisa ser honesta consigo mesma e estar disposta a fazer as mudanças necessárias para melhorar o desempenho. Isso pode incluir mudar a estratégia, cortar custos, investir em novos recursos ou até mesmo considerar fechar o negócio.
Otimismo na medida certa
Ter uma postura otimista é geralmente visto como uma qualidade positiva. Porém, devemos encontrar a medida certa, ser otimista tendo um enfoque em dados. Isso pode ser muito benéfico para uma empreendedora que está iniciando seu negócio.
O otimismo pode ajudar a manter o ânimo e a motivação, enquanto um enfoque em dados pode ajudar a tomar decisões informadas e avaliar o desempenho do negócio. Além disso, os dados podem ajudar a identificar oportunidades de crescimento e ajustar estratégias quando necessário.
É importante não perder de vista o objetivo final do negócio e as metas a serem alcançadas. A combinação de otimismo e análise de dados é uma boa abordagem para ter sucesso como empreendedora.
Também podemos afirmar que uma atitude positiva e otimista influencia nosso cérebro e nosso comportamento. Parte da “automotivação” (que é um dos pilares da inteligência emocional, segundo Goleman), a capacidade de ter perspectivas positivas – ou “otimismo” – está associada com maior habilidade de venda e maior taxa de sucesso acadêmico.
Empreendedoras com bons níveis de inteligência emocional também são mais resilientes quando enfrentam obstáculos e lidam melhor com seus funcionários e clientes. Uma análise que compreendeu diversos documentos científicos revelou que há uma relação positiva clara entre a inteligência emocional e a eficácia da liderança nas empresas.
Combustível para a Motivação
No começo deste artigo, eu citei a musica do Gilberto Gil, que fala que a fé não costuma falhar. Acredito que sim, pois nossa mente promove reações no nosso corpo e em nossas atitudes que nos levam a ter uma postura mais competitiva, mais propensa ao sucesso e a prosperidade. Essas reações servem como combustível para a automotivação.
O conceito é um dos principais pilares da inteligência emocional: o da capacidade que alguém tem de se motivar – a chamada automotivação. Quando eu me porto de forma otimista as situações do dia a dia, a química do meu cérebro entende que tudo vai bem, diminuindo os níveis de estresse.
Ser otimista é bom, com equilíbrio.
Contudo, o otimismo deve estar cercado de atitude, informações e planejamento bem sólidos. Em excesso ele esconde fatos importantes a serem considerados. Não me julgue mal por estar aqui insistindo no assunto, que otimismo é algo perigoso. Quero que você entenda que eu me considero uma otimista “pragmática”.
Não quero que você se deixe cegar tanto pela sua visão a ponto de não reconhecer os problemas em potencial e resolvê-los. Eu sei que não quer criar um problemão e ser vítima de si mesmo, afundando o seu negócio em negação.
Vamos esclarecer que ser otimista é sempre muito bom, pois além de motivador, o otimismo é contagiante, gera vontade de fazer acontecer. É preciso ter um otimismo contagioso que faça com que as pessoas não só acreditem na ideia, mas também perseverem quando surgirem os desafios. Como dizia minha mãe: a gente tem de ter equilíbrio, pois tudo que é de mais faz mal e pode matar, até mesmo o otimismo.